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O impacto da cultura do café no Vale do Paraíba

No fim da era do açúcar no século 18 - com aumento da oferta e queda dos preços do produto - os agricultores da época se viram obrigados a procurar novas formas de cultura mais lucrativas. E foi nesse cenário que começou a ascensão do café, inicialmente para consumo local, somente um quinto da produção era destinado a exportação. Somente no ano de 1850 que se tornou o principal produto de exportação e rapidamente o Brasil cresce no mercado internacional, se destacando como um dos principais exportadores do produto. Entre os motivos estão as terras abundantes plantáveis e baixo custo da mão de obra, que era negra e indígena escravizada.


O sudeste se tornou pelo clima um dos principais redutos produtores de café, o Vale do Paraíba teve destaque nessa época no cenário nacional. Enquanto os Estados Unidos era o maior consumidor externo do café brasileiro e a Inglaterra era nosso principal parceiro comercial pelo transporte marítimo, a proximidade com o porto de Santos era estratégica, que possibilitava distribuir a produção de maneira rápida para fora do país.


Com a abolição da escravidão ocorreu a ascensão dos imigrantes e migrantes na região - caso dos inúmeros italianos que vieram atrás de oportunidade em terras tupiniquins e em seguida de pessoas vindo das plantações de açúcar localizados no Nordeste. Os barões da época, donos de terra no Vale, enriqueceram rapidamente dominando também o poder executivo nacional - com a política Café com Leite, com conchavos de São Paulo até Minas Gerais para controle da Republica Brasileira, elegiam presidentes e focavam os investimentos em suas regiões. Como consequência a região se desenvolveu rapidamente em diversas cidades, ferrovias e portos.

O ponto de mudança se deu após a alta da cultura cafeeira. Acontece a mesma desvalorização que houve com o açúcar: O número de produtores deixou de ser sustentável, o que fez que a oferta aumentasse muito e caíssem os preços, como meio de segurar os lucros aconteceu o Convênio de Taubaté em 1906. Com um acordo de política estatal para valorização do café e garantir assim a rentabilidade da cafeicultura. Foi proposto um preço mínimo de renda dos cafeicultores e o controle de exportação ficou a cargo do Estado, que controlava o fluxo de acordo com as variações do mercado internacional. Além de comprar todo o café excedente, garantindo o lucro dos barões.


Tudo acabou com a quebra da bolsa NY de 1929 e a chegada da grande depressão no Estados Unidos, tendo assim o nosso principal comprador: quebrado. O Estado não suportou a demanda devido à crise e teve o pacto de compra compulsória rompido. Colocando um fim na era cafeeira e também no monopólio político das elites envolvidas nessa atividade econômica.

Sendo parte da história tão importante para o desenvolvimento do Vale do Paraíba, as plantações da região foram palco de um massacre histórico contra negros e índios. Isso explica porque temos em Taubaté por exemplo, uma média nacional de população negra menor que a metade do Brasil - com somente 22% se auto declarando negros ou pardos, enquanto a média nacional é de 54%. Isso se dá devido a histórico da cidade: Aqui ficavam as fazendas de cafés e os escravizados faziam de tudo para fugir da nossa região para os quilombos - localizados em Cunha e no litoral paulista. Era na serra que ficavam os refúgios, enquanto o Vale era um lugar perigoso.

Devemos ressaltar que ciclo do café trouxe dinheiro e prosperidade para a região, enquanto aqueles que faziam o trabalho duro não tiveram nenhuma reparação histórica pelo seu esforço. A desigualdade social legada dessa época perdura até hoje, os reflexos são sentidos na sociedade. Enquanto cerca de 14% da população branca se auto declara empregador, somente 4,5% da população negra se declara no mesmo estado. Destes - Sendo boa parte comerciante locais parte do setor que é hoje o propussor ecônomico de Taubaté.


Buscar incentivar os pequenos empreendedores no lugar de companhias multinacionais é manter o dinheiro rodando na nossa economia e fortalecendo a nossa região. Que um dia viveu do café, depois da indústria e hoje é abastecida principalmente pelo setor comerciário.


A consciência do nosso passado é uma dívida que temos em fazer um Brasil mais justo. Comprar consciente é uma forma de emponderar e enriquecer a nossa região, além de ser uma ação para combatermos a pobreza local.



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